Rio
Da nascente aos vastos leitos e cursos
Segue o rio com suas águas.
A sua volta, belas margens que delimitam
O seu trajeto no fluxo da vida –
Que é uma dádiva do Eterno.
Ó rio! esplêndido, exuberante e veloz,
Teus afluentes coadunam contigo,
Na incumbência de constituir a confluência,
Que definirá o teu curso, para não te perderes
No percurso, em rumo à foz.
Tuas céleres correntes viajam
Pelo âmago da talvegue do coração,
Transportando afluentes de amor.
E nas perdidas e encontros de teu curso,
Lembre-se: jamais siga a montante.
O teu caminho é único, sempre a jusante,
Pois, não podes retroceder a montante.
Prossiga rumo à foz, porquanto
É preciso navegar.
Navegar... Pelo Rio do caminho –
D’águas cristalinas e calmas,
É a viagem que preciso fazer.
E ao chegar, lá no horizonte d’alma,
Onde se unem terra, céu e mar,
No crepúsculo do desaguar das águas
Do rio, mergulharei nas profundezas do oceano
Do criador.
Rio! no teu doce percurso
Que jamais muda o curso – de amor,
E nas tuas águas; tão seguras, eu desejo navegar.