É na loucura que está a sanidade
Louco de amor abraçando os elevadores de concreto para ver o nascer do sol.
Louco subindo as árvores para chegar mais perto de Deus.
Louco nas amizades que me restaram, pois os bancos roubaram outros meus amigos.
Louco correndo pelado de madrugada com um jacaré embaixo do braço mesmo com o sinal vermelho do semáforo aceso.
Louco subindo no topo da igreja com uma melancia presa na cabeça para o padre não me levar à catequese.
Louco rindo com a carteira vazia.
Louco morrendo de rir fumando um cigarrinho de palha sentadinho à beira da cachoeira.
Louco de felicidade, pois minha sanidade é minha loucura com sabor de pão de queijo assado no fogão a lenha.