Crepúsculo I e II

fraco fica para traz

privado da força do grupo

o solitário esta condenado

tudo o q morre é apagado

aqui reina o branco

chegaram as primeiras lágrimas do inverno

o amor está frio

passa uma lua e aguardamos

e depois de uma, ficamos a aguardar

chegou a terceira lua

é momento de levantar

mal chegou a vida

apartir de agora

ouvimos a música

pois nossas vidas

são como uma dança

se for harmoniosa sobreviveremos

Marcha ao Crepúsculo

os dançarinos separam-se

o horizonte infinito anuncia manhas

frias e de privação

o oceano além desafiante

convida para a vida

começam a suar as arpas celestiais

os pares harmonizam os passos

(parece que este ano haverá mais sobreviventes)

porém, o destino

este incógnito senhor

não mostra zénite

só penumbra neste amargurada caminhada

onde vendemos nossa própria sorte

entregamo-nos a coerção mental

::::::::::::: II ::::::::::::::::::::::

A noite densa

espreita no zénite do pensamento

jumento encurvado nega caminhada

declaração nupcial do terrível descanso

não há luz

o frio cega a dar

o calado desértico em voos se desfaz

A África canta sua saudades...

Nómada viajante continua

longa caminhada inóspita

censurada pelos gemidos

dos ventos denunciam

a coragem perdida

nas frias terras de África...

solidão aqui é frio

calor é calor humano

não vejo homens

não há calor

senão o produzido

pelo gemido do vento

gemido do ventre de África...