O ESCÂNDALO
O ESCÂNDALO
A ligadura da primeira bainha
era de um veludo estranho
não tinha cores desbotava
logo que subia
na cintura um lenço colorido
amarrado mostrando o umbigo
camisa num top marcado
espatifa o primeiro patife
que escorrega por que estava
mirando seu jarro de Odes nela
com a mão fingindo
que estava gozando
traindo o ambiente festivo
pela raspagem do lado
do ouvido ela teria entrado
no colapso de Midas
contraindo a vontade de ser
bela sendo estúpida
ela era bonita de cima a baixo
porque aqueles rápidos riscos
verdes-claros do infinito
entre as orelhas
não pintariam mais seu quadro
pousaria nas revistas cult
pra ver o quanto aparecia
multi performática
dançando um rebolado faminto
no ritimo das pernas dele
que agora recebe sua música
como transa como sexo comendo
ela está divertida
a dose era a vigésima gota
de goles com pouca carência
molha os seios querem sorve-los
venham nadar nos mares
que balançam trampolins
pra queda dos marinheiros
logo abaixo não são águas
serão sucos de frutas cítricas
no luto da virgem que veio pintada
de gótica espasmódica
pra ser perfeita
" as penas da galinha foram roubadas"!
MÚSICA DE LEITURA: Muddy Water - Alright