A FLOR NO CAMINHO...

Brilhava em seu olhar a esperança,

Não uma crença profana em desespero,

Mas uma sensação alívio próximo,

Como quem enxerga o fim do túnel,

Bem diferente do fim do poço.

Aquela expressão em seu rosto me cativou,

Senti-me, à princípio, lisonjeado.

Aos poucos fui além dos olhos,

E, de forma terna, lhe acariciei a estima,

Que me pareceu já há muito afetada.

Não falo por orgulho, mas por sentimentalidade,

O que me foi e é da alma tão calejada.

Aos poucos ela me mostrou a sua vida,

Sempre falando de poesias.

Assim, já não me era tão estranha,

Talvez um réplica dos meus sentidos,

Um eco dos meus gritos,

Uma resposta da natureza imprópria,

Uma flor que se encontra deserto,

Junto a intuição de não toca-la.

Apenas me aprezer do perfume,

Sem lhe cultivar no cume,

Para que seguisse seu destino,

Ao sol, livre e amada.

Quanto a mim, sai andarilho,

Como era, fui e continuara.

Da nova experiência levaria em arrimo,

A condescendência, o livre arbítrio,

de que podemos ser e ter... sem nada,

Apenas com o ardor e odor no peito,

Respirando no ar o amor do respeito,

E a saudade exalada,

Mesmo do amor espinho,

Ou pétala amada.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 04/11/2016
Reeditado em 04/11/2016
Código do texto: T5813316
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