Outro lado sem mistérios

Há anos não adentro os cemitérios,

Não vejo uma razão, um critério,

É um portal fechado!

Não mostra o outro lado.

Não seria capaz de cruzar os hemisférios,

Ainda permaneço aqui, levo isto a sério,

Quando tiver que ir, irei calado!

Não serei pela maioria lembrado.

Prefiro pensar em casos hilários,

Esquecer que serei esquecido por vários,

Viver em equidade e para outros, debochado!

Sabendo que de qualquer maneira serei fechado.

Mas se meu fim for o necrotério,

Não me faz nenhuma diferença ou mistério,

Até minha cremação, permanecerei gelado!

Depois, minhas cinzas joguem ao vento alado.

Pois desaparecerei como mercenário,

Sem deixar neste cenário.

Ah! Não quero tumulo com foto feia atrelado!

Que horríveis aquelas fotos trolados.

Não quero ficar no portal como um otário,

Quando passar, seguirei o itinerário,

Sem olhar para trás, não ficarei abalado!

Não me chame, esqueça, serei finado.

Hoje, já estou num antiquário,

Á venda, empoeirado, valor irrisório,

Não me veem, estou embaralhado!

Não chegam perto, envergonhados.

Estou deixando o mundo por um monastério,

Neste meio, me sinto inglório,

Meus oi´s foram cancelados!

Meu destino já foi selado.