A TACA
Menino faceiro
Peralta ligeiro
Sapeca treiteiro
Cuidado que a taca
Te faz passageiro
Fará samba em suas costas
Como se fosse pandeiro
Menino desencova!
Desse seu pardieiro.
Tu, todavia sai por ai
Zunindo, pedras nos outros
E tão logo escorrega
E ninguém não te pega.
Cuidado que a chibata
De couro te marca
E te tira, choro na taca
Com o pau de tabuleiro
Como se fosse pandeiro
Explicitará as dores
De um mundo inteiro.
Suas costas será barriga
No seu choro primeiro
Menino há quem diga...
Que você é a peste
Costurasse o sapo
Queimou o coitado gato
Escondeu a bengala
Do cego Horácio.
Abriu a cancela
Soltasse a boiada
E a roça de milho
Transformou-se em palhada
Menino não se esconda
Por arte mal feita
O laço te pega
Em sua cabeça.
Antonio Montes