Olhar do amor

       Enxergo você com os olhos do coração. Sinto que em você está todo o nosso mundo. Mundo que se construiu um dia, quando nos vimos pela primeira vez. Somente nós sabemos  de nós. À nossa volta existe uma natureza exuberante da qual você um dia desfrutou ao meu lado. Triste fiquei, triste estou, por não poder correr com você pelas matas verdinhas, procurando aquela rosa amarela que tão bem ficava nos  meus cabelos. Sem rumo, versejando, procurando resgatar a vida de chamego  de nós dois e não achando solução para o desencontro. O nosso mundo foi real. Não fantasiamos o amor. O amor existiu e existirá sempre. Culpa? Súplica? Desprezo? Não sei lidar com significantes e significados. Eu sou emoção. A esperança é forte. Não posso deixar que a palavra saudade tome o seu lugar. Saudade me deixa muito à mercê da tristeza. Eu não quero abraçá-la com jeito. Ela é paradoxal porque nos traz felicidade e nostalgia. É amarga e doce. Parece companheira do amor.
       Estou sem ânimo. Mas a esperança não há de escapar porque com ela se vê muito além do que se vê com os olhos. Amo, logo enxergo com os olhos do coração.
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 27/10/2016
Reeditado em 27/10/2016
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