EM QUALQUER ESTAÇÃO...

Lá se foi o amor espinho morrer na primavera,

Na chegada sem carinho do inverno na janela,

Proteção naturalmente concedida se tornando tão singela,

A cada impulsionar da brisa, uma briga se revezava na espera,

Se racharia o vidro ou se despencaria alguma pétala.

Na claridade do dia ou da noite de lua à fazer papel de vela,

Essa cena agressiva trazia-me algumas lembranças dela,

De quando um dia lhe disse: Quem ama, saiba, sempre zela,

A resposta foi tão fria, que de lembrar meu coração congela,

E entre chuvas, estiagens e poeira, a saudade se revelava,

Se bem que nunca esteve escondida, no peito se aconchegava,

Ah! Tolas mudanças de climas, sem propósito, estacionadas.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 26/10/2016
Código do texto: T5803816
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