UM POUCO A CADA DIA
Morremos um pouco a cada amanhecer. Nem por isso a vida deixa de ser bela e interessante. Sim, por certo, sou um esperançoso que constrói, através da Poesia, a própria esperança. O poema é auto-piedade para compensar a precária dimensão humana – a esperança do todo travestida de pretensas verdades de ocasião. Com ela resistimos às várias mortes quotidianas: algumas anunciadas e outras supervenientes. Resistir é preciso para chegar ao cristo crucificado e sua resignação às sementes que o viver planta em nós, no itinerário de passagem. Em minhas artérias corre o resfolegar do Absoluto...
– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015/16.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5802629