Descubro as Maravilhas
Desço as escadas do meu inconsciente e abro todas as portas do consciente, tentando conscientizar o meu verdadeiro motivo de viver.
Coelho espere, meu joelho, entendo que é tarde, mas ainda arde o meu joelho!
Vivo, sobrevivo, vivendo e vendo o vento que sopra as folhas vermelhas das altas árvores de copas, e não entendo como parei nesse canto do mundo?
Sem mundo e imundo eu canto em qualquer canto que apareço no reflexo desse espelho, com pelos de qualquer gato que me sorri com total despeito. Com o garfo gigante, remo até o palácio exuberante!
Corro entre esse labirinto, brinco e insisto interpretar charadas, a mim jogadas por duas crianças estranhas, que nas entranhas do meu egoísmo, ainda zombam desse meu jeito, sem jeito para surpresas, riquezas descubro entre as flores e seus amores.
Desafio assim a autoridade da Rainha, que aponta o dedo em direção a minha cara, parada, desata a falar grosseiras sobre a minha pouca idade. De verdade eu não ligo e lhe viro as costas.
Subo sobre as encostas verdes das maravilhas e tomo um bom chá, com muito, muito açúcar, de uma lebre de março maluca, insulta o desaniversário de um tal otário chapeleiro. Ligeiro consegue uma cadeira e com brincadeira conta a história de como cheguei ali!
Ali? Alice? Quem és tu? Pra quê tu?
Aboluto... É absolei... Não me lembro absolutamente... De nada!