Decalque da fagulha n.3
A literatura é mais que sobrevivência. É resistência. Trata-se de um espaço de fuga. Refúgio para os solitários expulsos do mundo repleto de patrulhamentos ideológicos de toda ordem. Zona de desencontro com a realidade superficial da existência e de encontro com a quimera e a sua potência. É possível viver com os traumas, os absurdos, os nonsenses, longe das cadeias lógicas e aprisionadoras do cotidiano burocrático. O resistir está na possibilidade de negar a imposição, o necessário, a satisfação, o utilitário. Não se trata de ser mais uma caverna para eremitas. É a fonte vital para quem o nada é a condição sentencial.