Elástico da Tolerância

Mesmo daqui, estando léguas das atrocidades que acontecem no agora; fome, matanças, guerras e desumanidades, incho e provoco o esticar do elástico da qual estou como muitos, amarrada.

Junto aos ais do mundo. Compaixão seria o nome? Ou perda do pudor, que foi levado embora pela ignorancia?

Não me cabe mais permanecer com os recatos, medos, caprichos, "não me toque, não me rele" do feminino vivido no ontem. Neles a calma e sossego como mercadoria para compra aqui dentro tinha padrinho, inocência que se foi , perdeu o "munus" sobre mim.

Esse "tudo bem", "tudo acabará bem", " está tudo bom", que não calam em mim, tem causa na sugestiva neurose de acreditar no melhor, mania que se manteve, sobrevive mesmo após a saída da velha mulher. Ao certo é o que resta aqui dentro e que levará a alma até o final da ponte me impedindo do envergonhar de ter insistido tanto no fato de que apesar de tudo, vale a pena viver.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 22/10/2016
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