Livre pra Viver

Durante a vida, vamos iniciando uma caminhada lenta que vai progredindo à medida que o tempo passa. Torna-se mais corrida em um ponto, depois vai regredindo lentamente em alguns momentos e, por fim, para. O que não significa que o tempo e o universo sigam o mesmo rumo, na verdade, no mundo em que vivemos, as pessoas passaram a aceitar como ocorre a caminhada, e somente mantêm seu jeito de andar, aproveitando o caminho por onde passam, porque sabem que, um dia, ele se torna um beco sem saída.

Vivo me perguntando, então, a razão de estarmos sempre em busca de conhecimentos, já que um dia esses serão meras lembranças.

De acordo com o que dizem, o ser humano precisa manter relações sociais. Isso porque ele é um ser racional que tem necessidade de compartilhar conhecimentos e afetos. Começa mesmo quando estamos na barriga das nossas mães, momento em que a felicidade de ambos é intensa. O fato de saber que existe vida dentro da outra traz alegria a todos.

Mas nem todos dão valor por terem recebido uma vida de presente. Para tantos, a vida é sinônimo de algo ruim. Normalmente, estes tentam de alguma forma acabar com ela. Isso, graças a Deus, é a minoria.

Uma pessoa não é feliz sozinha, ela precisa conhecer o novo, o diferente. No mundo não existe apenas um, existem todos. E se pensássemos assim, o mundo hoje seria bem melhor.

Quando paro e observo tudo que acontece a minha volta, vejo o quanto foi necessário para estar aqui. E durante minha caminhada conheci alguns sentimentos que, embora diferentes, fizeram sempre uma relação, os quais muitos não sabem ainda de seu verdadeiro significado.

O primeiro é conhecido como amizade. As pessoas que encontramos no dia a dia, devido à afinidade ou mesmo à diferença, vamos criando laços fraternos. À medida que vamos crescendo e nos tornando independentes, ainda buscamos apoio e companhia. É boa a sensação de ter com quem contar nas horas boas e ruins, pedir conselhos, fazer loucuras e saber que não há o que temer no que diz respeito à solidão. Se no caminho tem uma pedra, basta dar as mãos e desviar.

O segundo que, por vezes, mostra-se o mais complexo é o amor. Um substantivo abstrato, que ainda se busca seu significado, posso apenas descrever que é imenso quando verdadeiro, sem palavras, mesmo no silêncio do olhar, se expande e contagia. Conhecido como inimigo da distância, pode quebrar qualquer barreira. Passamos a fazer o impossível e o possível para contentar o coração, o que desata em um vício, mais conhecido por paixão. É sentir-se preso e dependente, sem nem ligar para a razão.

Nossos encontros com as pessoas a nossa volta não vêm só através destes indigentes sentimentos. Infelizmente, há também os nossos descuidos da vida. A angústia que nos toma por alguns sentimentos ruins leva-nos ao desentendimento e tendemos a nos afastar. Por mim, não há como se abalar, afinal, o mal nunca vence o bem, e aquele que o comete tropeça na sua própria pedra.

O terceiro sentimento, o causador das partidas dolorosas. A morte. A vida não é feita só da caminhada, depois dela vem o descanso. Se é tão bom nos encontrar, e viver bons momentos, não deveríamos ter que nos desencontrar. Traz tristeza, e angústia, mas nunca ninguém disse que seria fácil e todos sabiam que um dia viria.

É uma pena ter que partir, mas o que é a vida senão um belo museu de artes? De cada encontro pela vida, pra sempre estará pendurado um quadro, que agora deixou de ser um trabalho em andamento, para ser sempre estampado como uma eterna memória.

Sabe-se que, na vida, é tudo um vai e vem, e nos encontro e desencontros é que construímos o roteiro da peça que é “viver”, na qual todos somos personagens.

Liana Chaves
Enviado por Liana Chaves em 21/10/2016
Código do texto: T5799192
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