QUASE NADA...
Há quem diga saber do amor,
Tudo na ponta da língua,
Ilusões proferidas,
Em traduzir a própria pele.
Assim, está pequena palavra,
Se traduz em ser tudo e nada,
A depender do ponto de vista,
Final ou na iniciativa,
Das experiências vividas.
Quando, na verdade,
A resposta exata inexiste,
Apenas conforta,
Ou não comporta a verdade,
Quando lutam sonho e realidade,
Da alma, morte e vida.
Sim. Amor é perfume,
Olhar que não se assume,
A boca que cala,
O coração que fala,
A joia mais simples,
A bebida mais cara,
A sensação de vazio,
O prazer mais selvagem,
A omissão tão hostil,
Parede sem pintura,
Um diário deixado de lado,
O hesitar em cada passo,
De régua à compasso,
Num transmutar infinito.
Até eu agora me dispo,
Dessa roupa usada,
Que jaz me protegeu do frio,
Que me ligou à alguém por um fio,
E hoje me doma, e me cala.
Depois de tantas linhas,
Ainda aberto fica o conceito,
E ouso dizer sem receio,
Da vida sei muito,
Do amor... Quase nada.