QUASE NADA...

Há quem diga saber do amor,

Tudo na ponta da língua,

Ilusões proferidas,

Em traduzir a própria pele.

Assim, está pequena palavra,

Se traduz em ser tudo e nada,

A depender do ponto de vista,

Final ou na iniciativa,

Das experiências vividas.

Quando, na verdade,

A resposta exata inexiste,

Apenas conforta,

Ou não comporta a verdade,

Quando lutam sonho e realidade,

Da alma, morte e vida.

Sim. Amor é perfume,

Olhar que não se assume,

A boca que cala,

O coração que fala,

A joia mais simples,

A bebida mais cara,

A sensação de vazio,

O prazer mais selvagem,

A omissão tão hostil,

Parede sem pintura,

Um diário deixado de lado,

O hesitar em cada passo,

De régua à compasso,

Num transmutar infinito.

Até eu agora me dispo,

Dessa roupa usada,

Que jaz me protegeu do frio,

Que me ligou à alguém por um fio,

E hoje me doma, e me cala.

Depois de tantas linhas,

Ainda aberto fica o conceito,

E ouso dizer sem receio,

Da vida sei muito,

Do amor... Quase nada.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 20/10/2016
Código do texto: T5797629
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