Poesia da Noite
Parece que não tenho percebido o tempo passar
A única coisa que gostaria de ter
Já nem sei mais se devo querer
Então retorno, triste, a caminhar
O incrível alinhamento dos planetas
Me leva a refletir e a pensar
Nas responsabilidades que vem chegando
Na passagem do tempo e dos anos
Apenas isso já deveria ser o suficiente
Para tornar um coração triste em contente
Mas é que a solidão me acompanha
E está junto de mim nesses tempos
E o que tenho feito é fazer o que deve ser feito
Estudo, aprofundo, absorvo
E, por fim, faço um resumo do todo
Aprendendo mesmo nos dias mais quentes
Mesmo depois da noite chuvosa
Mesmo na tarde cinzenta
Em meio à cidade barulhenta
Surge a sombria poesia
Essa vertigem é que me consome
E me faz lembrar do teu nome
Entre as águas turbulentas
Em que navegam os meus pensamentos
Talvez tudo isso, toda essa poesia
Não passe de uma doce ilusão
A decepção de um sim ou de um não
No final não faz diferença
Esses versos fluem de uma inspiração passageira
Como a brisa que toca a folha em uma tarde de verão
E projeta sombra para os que ali estão
Da impetuosa friagem e da distância
Do tempo vago e da rima errante
A poesia é universal.