Receita de jeito morno
Eu nasci num meio termo. Meio rosa, meio azul, meio alegre e um tanto impaciente. Eu fui amada e tive meu espaço tão bem dado que a própria física não conseguiria explicar, e isso me fez sentir o quão amena a vida é. Respira, vai, volta, pensa, espera. Quem planta vento colhe tempestade, tudo o que vai, volta - então juízo, Luiza. Vida onda indo vindo vide vivendo vivenda venda vendo vou. Esta noite vou a casa de Maria. O ameno abandona o frio e de repente se faz pleno, amorna o café da veia e aconchega a vida em embaraço. Maria é o dia azul no qual adentro com lucidez, mas com muita calma - a calma de desmembrar os átomos e perceber que a mente é quem molda o sol.