Diário das Pitangas, número 1

Querido diário, eu queria não me consumir tanto pela audácia do mundo. Não me sou o suficiente. Não preencho a sede que me é querer pensar cada vez mais, e interferir cada vez menos.

Minha pose de narradora onipresente é um mártir. É triste, nada sutil. É o peso da culpa que depois me recai, mas que no instante necessário me dá a licença poética.

A comodidade da observação perante a rapidez do mundo é o verdadeiro acolhimento. Sentamos no banco do parque e ganhamos tempo em nós.

Luiza Nicoleite
Enviado por Luiza Nicoleite em 07/10/2016
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