Diário das Pitangas, número 1
Querido diário, eu queria não me consumir tanto pela audácia do mundo. Não me sou o suficiente. Não preencho a sede que me é querer pensar cada vez mais, e interferir cada vez menos.
Minha pose de narradora onipresente é um mártir. É triste, nada sutil. É o peso da culpa que depois me recai, mas que no instante necessário me dá a licença poética.
A comodidade da observação perante a rapidez do mundo é o verdadeiro acolhimento. Sentamos no banco do parque e ganhamos tempo em nós.