Sopra num repente o inesperado vento que tudo varre à sua frente e arrasta consigo multidões de folhas ressequidas que o outono deixou. A atmosfera pesada enche-se de poeira e tristes lamentos...
É o vento, apenas o vento...
Em reviravoltas a mente ocupa-se com esse bailado, os olhos lacrimejam e perguntas de sempre chegam: a que viemos e para onde iremos? 
Ouve-se apenas uma resposta: lamúrias do vento, as mesmas de sempre, mas que ele varra da terra as iniquidades, as más lembranças, as dores, os amores mal resolvidos, as doenças e tudo o que cause algum mal. Fazer uma prece em dueto ao vento é ter esperança, ele é eterno e sempre será companheiro especial.



Num dia qualquer, em algum lugar, ao vento de um desassossego.
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 04/10/2016
Código do texto: T5781500
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