Decalque da fagulha n.1

A vida fala por sons que não queremos ou não sabemos escutar. Sussurra luzes e fagulhas a todo instante, de todos os lados, e continuamos com o nariz arrebitado seguindo a seta da consciência sã. É preciso muito mais do que uma topada no dedão do pé para saber onde se pisa e para que caminho estamos realmente indo. Como vindo não sei de onde e quase que sem prévio aviso, o lusco fusco do instante derradeiro nos traz a mensagem atrasada que é sempre tarde demais. A única certeza, que não é nem tão certa assim, é de que esse agora, esse ex agora, que acabou de escapar entre os dedos, é só mais uma memória para nosso inventário particular de estilhaços obsoletos de vida pulsante. É essa pirotecnia medonha de saberes ultrapassados que insistimos em atualizar em todos os minutos que prolongam um pouco mais essa respiração progressiva.