Sombra de mim tenho sido, 'quase' tudo o que resta neste enquanto, ainda que esse 'quase' se refira a algo e a alguém que são muito. Tenho pago desde sempre os preços fundos dos que compreenderam e acolheram no peito  múltiplas dores próprias e de seres do mundo.Uma caixa onde se guardam as coisas que não têm mais uso ao mesmo tempo o grito dos que se perderam de si mesmos a planta que precisa d'água no canto da sala o animal de estimação que espera o dia inteiro o dono chegar do trabalho (...) Assim, ser de lealdades que queria fossem úteis e que às vezes parece servirem para nada. Ser que queria a própria vida tivesse vindo para servir no claro e  no explícito a alguma coisa a alguma causa. Ser que se sonhou ter vindo para não fazer sofrer nunca nada causa coisa pessoa a si-mesma, mas, nada ou muito pouco disso, poeta (???) Zuleika. .. dos Reis...
Nada embora não saibas nadar. Nada, na tua poesia evanescente no caleidoscópio da vida, no caleidoscópio dos seres, no caleidoscópio de ti mesma, no caleidoscópio do mundo lá fora onde já quase nada (neste enquanto que dura há muitíssimo) não mais estás. Nada. Sobrevive e ajuda a sobreviver na maré-alta dos dias tu, que não sabes nadar; tu que não sabes e que, ainda assim, bem e mal, consegues algum nado nadar...