O Insuportável Chegaria Se...Fala de Uma Andorinha

Espremida entre problemas insolúveis me vi no jardim dos temas fantasmagóricos que vivem na vitrine do além-mente buscando adeptos à busca da significação da estada aqui. Peneirei-os! Ficaram alguns sobre a peneira do entendimento, já que eram graúdos e não feriram minha pseudo-individualidade pagã. No patamar do importante estão, sem motivo aparente, intraduzíveis pela lógica. Ficaram para sorte do mundo interior que está arriado, agora longe do desespero, que vive na cela, no corredor da morte, preso por ordem do amor à vida desabrochado. Elegi quimeras e cultuo-as como deusas que vivem em lugar de destaque em cômodos de casa, chamam-me a levantar todos os dias e encontrar nitidez no brilho do sol.

Olho de frente para as injustiças e mediocridades de forma aveludada, graça ao óculos rosa que adquiri no pacote das ilusões que ainda mantenho como brinquedinhos, ganhos da esperança,como amiga antiga, defende a tese de que tudo poderá ser melhor um dia.

Jung dizia que a vida do homem sem significado seria insuportável. Pode estar certo! Como regar o jardim, fazer de útil o contentamento pela vida como carro chefe para banir a loucura e a sofreguidão... tem demonstrado que não seria possível se não fosse pautada as ações diárias na ressifignificação para, apesar de tudo, ainda estar adequada comigo mesma neste estar salobro, hostil...perverso que é o frigir dos ovos o viver.

Invadida foi a casa que moro, transitam impiedosamente as razões para a infelicidade fazer morada, as deusas protetoras do bem estar ainda não pediram para sair; quando olho para elas reagem com expressão de pura compaixão, pela fala não dita respondem que estou no rumo certo.

Se é como dizem nas histórias criacionistas de que o criador colocou a palavra acima dele para que tudo existisse, faço desse principio a poção mágica para o sucesso do trabalho interior, que fique mantida esta estratégia, na falta de oposição. Adornada fica a casa com os temas que significam meu estar dando vida ao propósito, que por sua vez arregimenta o desejo e daí, como calor e frio para chuva, como alma nutrindo a vida, que minhas ações sejam alicerçadas nas palavras que emano, vindas da vontade, abrindo campo, estrada para estar aqui. Até que não enxergue mais significação, propósito, desejo, e as ações silenciam-se pela falência da freqüência cerebral, batimentos cardíacos...cessando a função corpórea. E eu saia da corda bamba, deixando a vida de equilibrista.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 20/09/2016
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