Desocupação

Tanto a dizer e nada de se falar...é trágico pensar em um coração amargurado, magoado, que não abre uma brecha para que se possa entrar e restaurar a ordem natural das coisas, ordem essa que nada tem a ver com a cronologia dos fatos que nem mesmo chegaram a ser fatos. Tanto tempo desperdiçado envolvendo gente que nem sequer sabe a origem das pedras que fazem os tropeços acontecerem, mas que se tornam as próprias pedras.

Como seguir com planos traçados pela Madame Destino, se nem mesmo tais planos se configuram realmente?

Não há mais o que se possa fazer, tudo está devidamente sepultado menos os corpos que deveriam se pertencer, já que as almas se pertencem há séculos. Não é confortável estar de espectadora da própria história, não é viável tentar intervir no presente. Esperar? Por quê? Apenas para ficar mais tempo estacionada na vaga alheia?

Chegou o momento do desatar os nós, desfazer laços errados, ainda que os laços certos não se refaçam nunca mais, simplesmente porque é imperativo que os estragos causados sejam minimizados.

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 20/09/2016
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