Mentalista de Mim - Setembro Amarelo

Pesado; essa âncora (que foi atirada em meus braços); esses grilhões: vida! Esse não saber... Fabriquei-me impermeável, não que quisesse (?) Chuva nenhuma me destrói, apenas essa contradição de se ser indestrutível. Burrice!!! Sonho com a esperança ofegante em meu colo, sonho em despertar e ver tudo perene, sereno. Enquanto mas sigo bola de chiclete estourada na cara; arte abstrata contemporânea; garrancho divino. Essa coisa malfeita! Sabe? Banheiro público? Então... Lugar de dejetos, onde todos despejam suas merdas medos anseios frustrações decepções fantasmas e demônios: E me habitam, esgotado me sou, me estou... Ah, aparência desagradável! Esses dentes, ah esses dentes podiam sorrir, mas não! Não! Eles mordem mordem mordem... Há um tumor na alma, indetectável.

Respiro fundo, mas afundo. Afogo! Não há ar que sustente, que permita... Estou confuso cansado. Cão abandonado em estrada deserta/ plástico esvoaçante pela rodovia... sem norte, sem dono, desiludido, desandando/ se debatento se debatendo entre carros, ônibus, caminhões... se debatendo se debatendo. Há barulhos; luzes; sinais. Mas há vazio! Esse eco de silêncio, esse surdo de coração que morre / fraco e frágil, nem bate. Respiro fundo: fuligem e cheiro de gasolina. Sigo sem rumo, ao sabor do que vier:::: essa manada de decepções pelo caminho?! Não vou! Seguro a lágrima engulo o choro (tem gosto de orgulho). Descubro que estou morto há tanto tempo, sim! Talvez nem tenha nascido. Presidiário de destino sorte seja o que deus quiser. Carcaça? Urubus rondam-me enquanto mantenho-me cheio de fôlego. Estacaram-me aqui como estaca em coração de vampiro. Aqui! Neste lugar: mundo malvado; e o coração ainda me diz: caprichoso, mimado, cheio das pirraças... Que fosse...

Trago um cigarro... me mato! Trago um gole de álcool... me mato! Trago um bocado de açúcar... me mato! Trago algumas letras sem nexo... me mato! Se beijo, me rendo, me perco, mas não sou assim: capaz! Não me detenho. Beijo a vida. É. Serei o bêbado que provoca latidos de cachorro por todo um bairro obscuro nas madrugadas escuras. Mas por ora só permaneço, existo, morro. E só! Não sei viver, não sei existir. Sei morrer... Livro encharcado, páginas que se apagam, se desfazem. Não há nada! Branco! Vazio! Nada! Não sei me explicar e não me explico; se sou inexplicável!!!