Montagner

Ficção e realidade fundiram-se no dia de ontem. Da pior forma. Drama romanceado do começo ao fim confundindo com as esperanças e desventuras dos brasileiros. O ator agregou ao produto que oferecia para a trama, masculinidade invejável...foi embora. Beleza que chegava agredir irmãos de caminhada na capacidade de chamar a atenção para si no atuar qualquer perfil adaptável ao arquétipo de homem que era. Quando chegava não tinha para ninguém; os afagos, o tato, o trato, a sutileza no contracenar com “Maria” indicava experiência pronta para conquista, sincero nas expressões. Até esfolado, na sangria não deixava de ser belo, vendia sinceridade hábil convencer até monja a deixar celibato, senhora feita abandonar o luxo da riqueza. O sorriso com covinhas saltando para todos os lados, pele queimada, voz dos antepassados ainda mantida na genética; mulheres ficarão no saudosismo dos abraços e beijos dele com a amada, assistiram fartando-se da satisfação de ao menos da partilha da fantasia amorosa pela tela da televisão, num mundo onde a escassez afetiva ganha espaço.

Sabia andar, representar entre os extremos das emoções humanas, de palhaço à líder de rebelião insatisfeita, cansada do serviço de gado. Ao certo o “a que veio” foi para deixar a fumaça da autenticidade do gênero masculino, que ainda é semeada... O grito de sua personalidade ficará ecoado, fez história

Saída abrupta, “causou”, até na morte, espetáculo sinistro de um fim que fará falta para a cultura televisiva, que anda apequenada de grupo de elite, enfraquecida de enobrecidos de espíritos diferenciados.

Não acompanhava com assiduidade aos capítulos da novela, mas quando assistia me perdia no encantamento àquele homem, ele parecia que se perdia na representação, quem assistia não sabia diferenciar quem era ele ou o personagem. Acabou para ele o jogo.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 16/09/2016
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