NO FIM DAS CONTAS

NO FIM DAS CONTAS

Somos tão diferentes que o dia

vem começando pela noite quando acordo

vejo a lua tocar notas falsas

entrando pela janela riscando a sala

deitando nas almofadas transformando

coisas que sobem parecendo fadas

qual sonho perdi desta vez desde ontem

somos o oposto do querer que muda

de rosto conforme a fome do corpo

quem tem a fome do amor pode

ser compreendido mas deserto

fica olhando suas metáforas

que eram tão endurecidas tão firmes

assim tão cheias de vida imortal

acordava um sorriso com motivos

plenos sem o veneno que corre

de tudo que tinha distância

e nada agora feito qualquer folha no

leito de um corredeira de chuva

pela força da ânsia salgada

descobri que levava esse efeito

até frente ao portão da casa

e descendia de mim toda água

olhando que nada buscava de volta

vi que desprendi sua alma

somos o fim tentando continuar

por que mal entendemos do "si mesmo"

dizendo quando tudo liberta

que era uma dieta p'ra cura

da solidão de persona

decidimos cuidar da febre

no leito como favores

acentuamos o que era leve

e no fim das contas

ainda somos estranhos...

MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - Strange Fruit

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 15/09/2016
Código do texto: T5761356
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