Réquiem à Tolerância

Deita sob esse pano fino, oh noite!

Abraça esta tua filha desacreditada

que tem a sua carne fria despedaçada

por um algoz que ataca em açoite.

Deita, oh pequena fonte d´água

insípida escorre pelos vales

sem entender a foz de tantos males

que escorre intempéries e mágoa.

É o grito que abafa o lamento

a fúria dos que não sabem amar

são ondas sujas deste grosso mar

que colocam envoltos o pensamento

Olhem, quem será toda essa gente?

Todos querem vê-la tão sofrida

sabendo-se que jamais foi tão querida

por sua ânsia solitária de ser complacente

Morreu de inanição a Tolerância

sufocada por uma turba alta

como um sopro mal de uma fina flauta

que entoava somente arrogância.

Lais L S
Enviado por Lais L S em 12/09/2016
Reeditado em 12/09/2016
Código do texto: T5758560
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