Réquiem à Tolerância
Deita sob esse pano fino, oh noite!
Abraça esta tua filha desacreditada
que tem a sua carne fria despedaçada
por um algoz que ataca em açoite.
Deita, oh pequena fonte d´água
insípida escorre pelos vales
sem entender a foz de tantos males
que escorre intempéries e mágoa.
É o grito que abafa o lamento
a fúria dos que não sabem amar
são ondas sujas deste grosso mar
que colocam envoltos o pensamento
Olhem, quem será toda essa gente?
Todos querem vê-la tão sofrida
sabendo-se que jamais foi tão querida
por sua ânsia solitária de ser complacente
Morreu de inanição a Tolerância
sufocada por uma turba alta
como um sopro mal de uma fina flauta
que entoava somente arrogância.