MELHOR NÃO ARRISCAR
MELHOR NÃO ARRISCAR
Ela expulsou de olhos sorridentes
toda doença não querida
porque descarta um número qualquer
por um jogo que pode lhe dar
uma chance de saborear antes
como pode ter o domínio secreto
sobre ele sobre tudo que compensa
ter a presença de um homem
que considera quem sabe um menino
porque homem é direto
não tem prestivos no combate
sabe o que quer de uma mulher
convida ao entretenimento
dos bares onde os lamentos
podem ser confundidos com malicias
e doses adequadas p'ra vergonha
ganhar outro apelido que seja mais bonito
ela é tão frágil que a pose
não carece de flores de poemas
e daquelas coisas que dizem
os imbecis modernos com lábios
preparados ao deleite de fraquezas
nas danças nas mesas e conversas
que nada francamente são de verdade
porque a alma é uma falsa modéstia
pode vir a ser aquela trucidação
dos olhos diante de uma possível
transa pelo tempo que o corpo
fica num propósito de transa incapaz
de ver num amor nascente
que ele não é eterno
mas pode ser vivido
que o momento de amar possa ser
o infinito "estar ao lado" trocando
prazeres e distrações sem querer
por querer quem sabe depois
conhecer-se mesmo por dentro
mas o moderno é frígido e doente
ela prefere o jogo de interesse
este não tem compromissos
o omisso não vem beijar teu rosto
logo pela manhã
e o amante pode ser denunciado
como ataque ao silêncio
tem na fragilidade inventada
os fardas-corporizados amigos
qu'ele cometeu assédio enviando
sinais tão doces tão finos sendo francos
mas pela feiura exclusiva dos
românticos tudo foi traduzido
por uma lingua que ninguém mais fala
a lingua do amor de cifras
do amor de máscaras é um convite
mais fácil é tão plástico
que pode moldar o rosto do lance
com um alcance mais rápido
e dizer ao ventos secos
sou livre quando o sol aparece
prefiro a liberdade aos otários
que sonham amar uma mulher
qual mulher é de verdade
sendo eles muito inteiros
floresce um calor estranho
um ardor mal acostumado...
...dormir diferente não ressente
mente fugindo sempre fingindo que sente.
MÚSICA DE LEITURA: Good Morning Heartache