Rosa dos ventos
Vou jogar conversa fora, vou falar da vida
Vou andar de encontro ao vento de tal vida proferida
Viajar nessas palavras, dar bom dia ao dia
Entregar-me tarde a fora até chegar a lua
Sabe aquele prato novo que alguém nos serviu?
Tinha um gosto diferente, gosto de boa comida
Sabe aquele vinho doce que casou com o prato?
Era só sumo de uva fermentada e destilada
Sabe a taça do tal vinho colocado à mesa?
Era apenas uma taça pra valorizar o vinho
Sabe aquele doce amargo que comemos ontem?
Era o doce mais perfeito, pois deste eu jamais esqueço
Sabe a rosa perfumada do vaso da mesa?
Era única e formosa nem precisava do vaso
Sabe a musica de fundo que alguém colocou?
E a dança que surgira na hora do beijo?
Sabe tudo só não sabe aquele que não dançou
Da chegada à partida, tudo é uma festa
Tudo é vida, tudo é intenso pra quem vive a festa
Na verdade proferida quem não grita fica
No oculto da existência só se encontra a quem grita!
Vou entrar nessa conversa vou fazer à escrita
De leitor sou o autor agora sou eu que faço a rima
Rimo vida com ferida na rosa dos ventos
Dos mais tristes aos mais alegres sou o próprio tempo
Rimo até o que não rima de leste ao oeste
E na rima mais perfeita vou seguindo a vida
De tudo que eu já escrevi e o que escrevo agora...
Uma rima, uma trova, versos e poesias
A comida, a bebida e o perfume intenso
São nada mais do que palavras que já foram ditas
As quais não me hesitariam em pincha-las fora!
23 de dezembro de 2012
Marcio (Cinho)