MORAL TEM P'RA VENDER BARATA
MORAL TEM P'RA VENDER BARATA
A sociedade nos quer adúlteras
como a sociedade burlou caminhos
que trilhamos pra entender
que partimos do mesmo ano
como ela nos quer prostitutas
vejam o vicio que tenho agora
frente ao espelho pareço querer invocar
as Deusas ninfas do olimpo
porque brinco e brinco de orelha prateado
um pouco mais largo que próprio
sentido do charme provém deste maluco
convencimento de ser alvo
que aqueles cravos não toleraram
nenhum amor nascente
que fez de uma poetisa dos corpos
uma mulher decente operando lacunas
q'uela criou por vender seu corpo
como única moeda coerente
deve ter haver com estes dias modernos
só nos tornamos santas nos "quantas"
de delírio por ele amando sem prestar
não prestando se quer somos ouvidas
um lamento enquanto penso no que vestir
uma proposta pra ser aceita
ente dos cadavéricos da moralidade
entre os maléficos traiçoeiros
que de vez em quando deixam cair
qualquer coisa ao chão
pra saberem a cor do verão
que estão sentindo
que não é aquele calor sanguíneo
parado no rosto pela bebida
pela comida servida brioches salgados
da desculpa pelo sal levando a pressão
nos olhos que estão calmos
entre os "salmos" da ocasião
ditos p'ra envolverem seus perfis idiotas
bigodes que escondem a boca
defendendo um tipo de rosto falso
lembrando que a pouco e ainda continua
sendo símbolo de firmezas "caquéticas"
não pela idade conformada
mas pela dureza do símbolo ser tão fraco
que logo quando fala cai
as tripudias do valente em "águas mornas"
damos por conta do hilário convalescendo
a sociedade preserva resquícios
e os indícios proliferam como pólen
nuns e nos outros as vezes mais novos
uma terapia rebuscada
p'ra deixar a superfície mais quem sabe
parecida com a daqueles homens clássicos
Clark Gable p'ra ser enfática
distraem" flores compradas"
eu me visto das flores ocupadas com o sol
que da lua sabem dizer frases curtas
p'ra chamarem toda atenção a sós...
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - Stormy Blues