QUANDO DEPOIS VOLTARMOS

QUANDO DEPOIS VOLTARMOS

Convenceu-se do que ontem

quando íamos correndo perdendo

um tempo que poderia causar

um destino diferente no meio da estrada

que pressa atrasada sem desejos

uma pressa causada um disfarce

naquilo que te parece estranho

eu deveria tê-lo parado no final

de uma ruela que corria feito rio

ao desconhecido no seio das ervas

plantadas aromando abelhas

e outros insetos com certeza pelo

inferno não íamos pecar em nada

e agora vejo que pelo desejo de causar

eu espero voltar mais do que

estar entre teus amigos

e alguns parentes sorridentes

pela festa que engole o mesmo

tornado coeso com as alegrias

despontadas nos enfeites

nas doses adequadas de cores

e crianças nas loucuras passeando

ao relento da manhã que consola

menos eu divertindo minha máscara

do que a carne e sangue deixados

como que p'ra depois

o final está perto de acontecer

anoitecer luas nos olhos

vai ser de propósito que vou

derrubar-me no teu colo

abrir tua cintura sem demora

deixar a verdade sair

num trash-rústico de solo

poeira marcando corpos

e o sexo é a única conversa

que o perigo da noite na relva

se faz com vontade estridente com raiva

por que a gente está quase lá

tão rápido voltando ao normal...

Música de Leitura: Billie Holiday - Stormy Blues

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 02/09/2016
Código do texto: T5747679
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