SAUDADE DE CONSELHEIRO PENA

Em tempo de nostalgia, sentindo essa dor amena,

Falo com grande alegria da querida Conselheiro Pena!

Faltam palavras e jeito que me deixe satisfeito

Me desgasto entre fonemas que desejo aqui expressar

Não vejo aqui poesia, longe de assim pensar

Falta métrica nas rimas que vão no meu recitar.

Não me preocupo com o tempo, tenho no propósito verdadeiro

Falar do meu Conselheiro!

O que vem na minha lembrança, de tudo é o amor primeiro

que temos por nossa cidade: Meu querido Conselheiro!

Pena mesmo é não estar lá e daqui reviver com saudade

as grandes lembranças que vem, passando na mente ligeiro...

Conselheiro Pena, o seu mapa; comigo gravado está

Desde os tempos do velho Lajão...

“Te conheço por inteiro como a palma da minha mão”

Do tempo em que ia o povo, com sua lanterna na mão

Ou faróis de bicicletas cortando a escuridão...

A turma na terra vermelha, brincando com seu pião

No alto da Caixa D’água a hora tocada a mão;

Ali no Cantinho do Céu tem segredos a revelar,

No gramado uma vitrola com seu vinil a tocar....

Jovens Tardes de Domingo, ou na beira do Rio a pescar.

Fotos lá no Jardim com seus pássaros no viveiro;

O quarteirão é fechado para o povo caminhar.

O “foot” todas as noites com gente pra lá e pra cá....

Depois da missa das seis, do cinema é hora e vez...

em Conselheiro Pena no domingo é Show das dez!

Lembrança dos bailes da vida, Sayonara tem seu lugar!

Era ponto preferido de quem queria dançar...

Sorvete do bar do Zé Preto, picolé é com o bar do Dezinho,

Sinuca é com Bidico, e com João Antenor o salgadinho.

Nova Lima sempre modesta, mostra que tem seu valor...

Todo dia é uma festa, coisas do interior.

Hoje os regenerados podem dizer sem pudor,

na casa da luz vermelha, ou Cantina Amarelinha

na vitrola sempre cantou que o boêmio um dia voltou.

Dentre tantos nomes, mil, muita gente se destacou:

Edinho Bernardes, também o Manoel Calhau

O cabo João lá passou, o saudoso Cabo Atenedes

O Grupo de escoteiros formou...

Luiz Casquinha e Abelha; tem Zezinho pescador

Contando suas histórias, Wilde Aquino deixou, o relato do celeiro

Que jamais em Conselheiro, o povo o retratou!

Tem aqueles compositores do meu velho Conselheiro,

Cantando pro mundo inteiro.

Deles, Fernando e Banana foi ao Rio de Janeiro

Enquanto os que ficaram, zombamos serem vaqueiros;

Mas os nomes não se omite dos amigos verdadeiros

Que se espalham pelo mundo sempre a recordar, do querido Conselheiro.

Taquinho, Jamir leão, Zé Wilson e Jorge Cupim;

Onildo, Gilberto, Zaqueu Leal e Marquinho, Zé Bento, Olair José,

O Luiz Catraca, o amigo Elias Sudre e por fim sem esquecer do Dedé...

Com violão noite inteira, na casa do Sô Nêgo, ao lado do Zé Valeiro, Que não vendia fiado, tudo era no dinheiro!

Todo Sábado tem seresta, no meio da madrugada...

Obrigação dos seresteiros, pra lindas meninas cantar.

Parada obrigatória na casa da Dona Zélia, Sãozinha ou Dona Dazinha;

E lá perto do hospital o vovô vai nos levar,

Na casa do Bala Doce, pra correr ate cansar...

Terminando com a seresta que acabamos de falar.

Quem tocava era Gilberto pro resto da turma cantar,

Voz suave de seresteiro, tudo ficou pelo ar...

Passe o tempo que passar, vamos todos sempre lembrar

Do leilão das barraquinhas da igreja no jardim,

Ou mesmo da exposição, gincanas do Grupo Escolar

Sempre no meu conselheiro a vida foi assim!

Julio Português lá no Campo com Araponga tem tem

Vitão, Antonio do Pó, e a Casa Chaleira também!

Chaquib, o Fidelcino e o Idé Charreteiro

Fazem parte da historia do querido Conselheiro...

Quem viveu não esquece jamais

De tudo isso e mais um pouco de tão pouco que pude lembrar,

Nostalgia é doença, que não temos como escapar

Vivendo de forma serena, Lembrando Conselheiro Pena!

André Almeida
Enviado por André Almeida em 31/08/2016
Reeditado em 28/11/2018
Código do texto: T5746351
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