DOS PROSAICOS

DOS PROSAICOS

Na verdade as folhas não decompõe

se compõe de outras formas

elas casam com o solo desafinado

elas produzem um som diferente

são quase todas as notas

não teríamos harmonia pra tocar

se quer entender o que se passa

o sol toca incensos de fumaça

invisível incrível compasso sensível

estamos sentados na beira da estrada

a rua está vestida de tribos

inteiramente coberta de corpos

apreciando o quanto "morre" por perto

algo incerto sobre os sapatos

teríamos sujeira agora queira

me dizer que tudo não passa

de uma vida na loucura da razão

as mesmas coisas da sombra

podem ser as mesmas coisas

que incomodam

que desabam derrotando um dia

que dia marcado deveria ter sido

de outra maneira

é parte deste resto quieto

que forma um símbolo morno

na brisa de toda chuva que apaga

teremos mergulhado no outono

dançaremos como pingos d'água

pulando na esteira quente

pra ferver derrepente

colhendo alguns que pensam

que sonham ser de outro planeta

nós podemos ser de outro lugar...

...não esquenta.

MÚSICA DE LEITURA: TY SEGAL - Lemons

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 29/08/2016
Código do texto: T5743153
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