DOS PROSAICOS
DOS PROSAICOS
Na verdade as folhas não decompõe
se compõe de outras formas
elas casam com o solo desafinado
elas produzem um som diferente
são quase todas as notas
não teríamos harmonia pra tocar
se quer entender o que se passa
o sol toca incensos de fumaça
invisível incrível compasso sensível
estamos sentados na beira da estrada
a rua está vestida de tribos
inteiramente coberta de corpos
apreciando o quanto "morre" por perto
algo incerto sobre os sapatos
teríamos sujeira agora queira
me dizer que tudo não passa
de uma vida na loucura da razão
as mesmas coisas da sombra
podem ser as mesmas coisas
que incomodam
que desabam derrotando um dia
que dia marcado deveria ter sido
de outra maneira
é parte deste resto quieto
que forma um símbolo morno
na brisa de toda chuva que apaga
teremos mergulhado no outono
dançaremos como pingos d'água
pulando na esteira quente
pra ferver derrepente
colhendo alguns que pensam
que sonham ser de outro planeta
nós podemos ser de outro lugar...
...não esquenta.
MÚSICA DE LEITURA: TY SEGAL - Lemons