SENSATA LOUCURA DE AMOR
Os dois adormecem e sonham um mesmo sonho. Sonham aterrissando num lugar distante:
ele e ela, no sopé de um contraforte de gelo.
Mesmo com pouca roupa, caminham, displicentemente, como se estivessem numa praia deserta e quente.
Mais adiante, rodeados de nuvens e tiritando de frio, param frente à vertente de uma geleira que se desfaz.
Deitam-se no escondido de um chão de pedra, lisa, límpida e pura como um cristal, ainda enxuta e macia.
Precisam descansar de tanto andar.
Quase congelados, viram-se dependentes do calor gerado pela energia do outro.
Cingem-se, pois, num venturoso abraço de amantes...
Um sonho a dois, mas um sonho, apenas.
Um sonho prolongado, que repete outros tempos, outras formas de amar, outras cenas...
Um sonho que os transporta, tontos de prazer, pelos dois hemisférios de um planeta pequeno, despovoado, exclusivo, onde tudo é belo e pintado de um branco puro, imaculado, nunca visto.
Por ficarem tanto tempo recobertos de névoas glaciais, parecem estar gessados e resguardados num amplo lençol de gelo.
Não conseguem nem querem se desgarrar.
Quanto mais se alimentam um do outro, mais se unificam e se petrificam.
Desejam-se xifópagos, assim grudados, como os seus sonhos, num só sonho, num só corpo.
Afinal, habitam um planeta onde as formas, o tempo e o risco são variáveis nulas.
Um corpo celeste somente pelos dois explorado, onde somente a loucura deles é real . . .
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Para o texto: SINTONIA...
De: Lydiene Maryen
"Com um abraço, se é que entre nós ainda resta algum espaço".
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Os dois adormecem e sonham um mesmo sonho. Sonham aterrissando num lugar distante:
ele e ela, no sopé de um contraforte de gelo.
Mesmo com pouca roupa, caminham, displicentemente, como se estivessem numa praia deserta e quente.
Mais adiante, rodeados de nuvens e tiritando de frio, param frente à vertente de uma geleira que se desfaz.
Deitam-se no escondido de um chão de pedra, lisa, límpida e pura como um cristal, ainda enxuta e macia.
Precisam descansar de tanto andar.
Quase congelados, viram-se dependentes do calor gerado pela energia do outro.
Cingem-se, pois, num venturoso abraço de amantes...
Um sonho a dois, mas um sonho, apenas.
Um sonho prolongado, que repete outros tempos, outras formas de amar, outras cenas...
Um sonho que os transporta, tontos de prazer, pelos dois hemisférios de um planeta pequeno, despovoado, exclusivo, onde tudo é belo e pintado de um branco puro, imaculado, nunca visto.
Por ficarem tanto tempo recobertos de névoas glaciais, parecem estar gessados e resguardados num amplo lençol de gelo.
Não conseguem nem querem se desgarrar.
Quanto mais se alimentam um do outro, mais se unificam e se petrificam.
Desejam-se xifópagos, assim grudados, como os seus sonhos, num só sonho, num só corpo.
Afinal, habitam um planeta onde as formas, o tempo e o risco são variáveis nulas.
Um corpo celeste somente pelos dois explorado, onde somente a loucura deles é real . . .
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Para o texto: SINTONIA...
De: Lydiene Maryen
"Com um abraço, se é que entre nós ainda resta algum espaço".
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