LEMBRANÇA ENSOLARADA
(Ao meu irmão Everaldo)
Era sempre assim:
O sol e o vento acariciando as tardes
Que cochilavam na quietude colorida,
Vez por outra, pelo canto de uma juriti.
Depois a vida despertando
No fundo dos quintais – o nosso paraíso –
Entre galinhas ciscando, porcos passeando
E a infância correndo picula
Naquele ambiente perfumado
Pelo alecrim.
Era sempre assim...
O sol, o vento, o aroma
E o mais inesquecível de tudo:
A imagem do terno e eterno sorriso
Daquela santa senhora
No silêncio
Da solidão ensolarada
Pelo sol do nosso sertão.
Agora, é só
Saudade sem fim.