UM DUO DE MIM NÃO TEM DÓ
UM DUO DE MIM NÃO TEM DÓ
De novo uma risada violeta abre
suas pétalas o que quer dizer
a borboleta indócil com o vidro
fechado da janela quando nela
preciso desocupar o lugar
de todo ar que ainda se vende
se rende matando-me de amor
por um estar precisando ficar
demorando quase iludindo-me
pra dizer o que significa solidão
desafiando não ouvir meu coração
disparar por um segundo
quando o mundo dele resolve voltar
p'ra dizer um não faminto
um verão assumindo as gotas
invernais derretidas do sensível
incrivelmente verdadeiras
nada passíveis do querer instante
que durante algumas horas
inventa um desespero de morte
e aquela borboleta estranhamente
de asas fechadas parece que me olha
o que me intriga são as coisas
todas cuidando dele
devo sair respirar um caminho
que ele não esteja
onde nada pertença a minha fraqueza
essa bondosa "ordinária"
retém minha fibras de mulher dócil
que hilária quando ri de mim
quando quer entrar
me torna de novo doente por ele
o amor não joga não violenta
nem mesmo aguenta estar só
perde o mundo perde a loucura
pede que a cura seja um beijo
boa noite como foi seu dia
o meu continuava te amando
eu precisei vestir-me de sol
p'ra ser rei
enganei o inverno
quando primaveras pondo
lágrimas solitárias
estas mesmas que estás vendo
mas eram diferentes no gosto
precisava beijar-te
p'ras máximas de amor próprio
destruir...
MÚSICA DE LEITURA: BILLIE HOLIDAY -I must have that man