DO ABANDONO ORIGINÁRIO - ALGO ACERCA DAS PALAVRAS.

A palavra retida nas trevas, ela agora para além de toda e qualquer possibilidade em nível de sentido. O substantivo sentido, abstrato em sua essência volátil, apenas mais um elemento que se se esvai numa respiração compassada, num mergulho profundo na nova região que se abre num fechar de olhos, no abandono que então nos remete e que transcende, pela sua própria natureza. a afirmação racional de uma clareira que se abre e na qual o sujeito pensante é diluído neste estar-aí, nesta clareira na qual os pensamentos simplesmente ocorrem.

As palavras ainda mais distantes das coisas.

O ser das coisas ainda mais distante das palavras, eis um caminho para a angústia essencial da espécie.

Um ato eterno de desespero que corre em nossas veias e que torna insuportável a não possibilidade de nomeação do que quer que seja.

Cabe a indagação; Por que penso?

Na extensão do inimaginável a resposta roça nossas almas aflitas que precisam de um mínimo de ordem para ser como tais.

Contrariamente o ser das coisas afunda nossas mentes no desprovido de si mesmo, no abandono e solidão.

O Ser e o Nada na corporificação de algo que já aconteceu em tempo algum.