Almoço De Domingo
Os domingo da minha infância tinham cheiro de mãe na cozinha preparando com zelo, amor e carinho, uma galinha ao molho pardo, com macarrão e maionese caseira.
Eram assim sagrados os nossos domingos. Todos reunidos ao redor da mesa. Meu pai sentava sempre no mesmo lugar. Entre os filhos, uma deliciosa disputa para ver quem pegava as coxas da galinha. Na janta comíamos o que sobrava do almoço e que parecia ainda mais gostoso.
Naquele tempo o relógio não tinha pressa e a vida deslizavamente lenta.
Lembro que de vez em quando um dos filhos pedia para que no próximo domingo minha mãe fizesse algo diferente para o almoço. Felizmente isso nunca aconteceu.
Atualmente, meu coração saudoso acha absolutamente louco aquele pedido, pois até hoje aos domingos, minha boca baba de desejo, e o meu nariz sente o cheiro de galinha ao molho pardo que só a minha mãe sabia fazer. Meu olhos também sonham com o aconchego dos olhos dos meus pais , irmãos e irmã.
Não tenho como não concordar com a frase de Adélia Prado : “ O que o coração amou fica eterno.”