PLATÔNIO QUER A FLOR 7

PLATÔNIO QUER A FLOR 7

Aroma doce do que amargo ficou

sendo minha glória passada

nas trevas das luzes que alteram

inteiras juizas da intolerância próxima

da ganância do retorcido de alma

quase aceitando o compasso

do abismo próximo como dádiva de amor

eu estava errado eu estava longe demais

do pouco que restava

do tanto que eram minhas sobras

p'ra ser o que pretendia

p'ra ser o que haveria de ser

eu queria conhecê-la como aquelas

blusas aquelas roupas intimas

estar preso de verdade tendo êxito

avesso das dobras do espírito

entro no velório do mendigo

como um inimigo impaciente

queimar as cinzas de um corpo

que pelo sopro que viveu

morreu do mesmo jeito sem voz

na foz do novo rio violento

correndo nas veias como demônios

serei o homônimo de outro

quem sabe aquele louco libertino

que subia nas paredes do castelo

p'ra roubar-te de tudo que te afasta

que nefasta e bélica acusa-me na aparência

criarei ramos cobertos de flores exóticas

a curiosidade incomoda os olhos

vou de incômodo como encontro

provável permitido invariável único

a surpresa é sempre desagradável

quem se ocupa do segredo

traz também um medo que dilacera

a certeza do orgulho

é um mergulho em águas rasas

é da força do amor que está o poder

de fazer-se presente de algo

o "desconhecido é maldito"!

MÚSICA DE LEITURA: TY SEGAL - Sleeper

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 21/08/2016
Código do texto: T5734838
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