Que susto




Nossa! Nenhuma gota de água na torneira, e já são duas horas da manhã, Num silêncio daqueles de ouvir o pulsar do próprio coração...

_ E agora?
Não tenho outra saída, vou até a rua deserta, será que eu tenho coragem de ligar a chave geral?

O que fazer se moro sozinha, aqui não tem mais ninguém além dessa tola aqui?

_ Abro uma, duas, três portas para chegar lá fora, deixando as luzes apagadas, saio com muito cuidado pra não chamar a atenção, Cautelosamente ouço...
Ouço o silêncio lá da rua, mas porquê preciso ir?

E a água?  O que será que aconteceu, isso nunca me aconteceu...
Tenho sempre uma reserva enorme de água.

Abro bem rápido o terceiro portão, olho pra os dois lados da rua, olhos para as casas de frente, ... Ninguém aqui fora também. Que alívio!
Deserto e escuridão, a lua já desceu, há tantas nuvens escuras... Nem um latido de cachorro, até o vento não está...

Sou louca mesmo, abrir as portas à essa hora, ah mas a vida é assim.

Sentindo-me corajosa, corro e ligo a chave que vai trazer a solução...
Entro em casa numa velocidade!!!
Meu Deus!

Tranco as portas apavorada... Já foi.

_Você chega em casa depois de três cansativos expediente, e liga a tv, notícias corriqueiras de fatos sem solução, talvez daqui a uns vinte anos quando eu nem mais aqui estiver, alguma coisa melhore, quiçá!
Eu não acredito em nenhuma saída para os problemas deste nosso Brasil, que só piora tudo a cada dia. Que cansaço.

O dia hoje pra mim, foi tão cruel, estressante, infernal!
Pedi muito a Deus que acabasse logo, chegando em casa enfim.
                                           Abstraio...

                                           Lar doce lar!
 
Basta passarmos três longos dias longe de casa, para valorizarmos ainda mais, termos um cantinho para voltar e sentir, que:
                                           Aqui é o meu lugar.

Como é gostoso o nosso lar, _ Longe de casa,
...Parece que nos transportamos para um outro mundo, faz falta até mesmo o barulho borbulhante noturno conhecido, demorado, gosto muito de bem tarde da noite, ouvir, a água jorrando na caixa d'água, dá vontade de correr para um banho demorado bem quentinho, tranquilo, vamos cantarolando, repensando nos acontecimentos de mais um dia vivido, tentando nos organizar para as tarefas do dia seguinte...

- Nossa dormi pesado, perdi o quê, notícias ruins na tv, perdi... Nada perdi.
Sonhei tantas coisas... Acordei  meio perdida, com uma falta! De você.
Percebi que num cantinho do meu peito havia uma saudade!
Ao meu lado no sofá, um pouco dos seus sonhos, pois não é que foi neles que eu viajei, foi neles que eu fugi um pouco da minha realidade...
Daqui a pouco com certeza perderei o sono, vou releio mais um pouco...

O sono chegou, agora eu recostarei a minha cabeça em seu peito, lhe contarei do amor que lhe tenho, e assim mais um dia, mais uma noite se foi.
Este amor que sinto por você meu Poeta, nunca, nunca me deixa só.
Não sou uma pessoa sem ninguém, eu tenho você.
Que gostoso, depois de um banho, ler-te...
Ouvindo o barulho da água caindo, que sono, vou sonhar com você.

Daqui a pouco recomeçarei tudo ...Ufa.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 19/08/2016
Reeditado em 26/09/2016
Código do texto: T5732903
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