ELOGIO AOS LOUCOS

Muitas palmas para os paranoicos,

Com a cabeça na lua.

Os lunáticos porque sonham que são ricos

Que são os bons do pedaço, os donos da rua.

Realizam fantasias

Nas praças, nos viadutos

Criam, recriam alegorias

Dão a cabeça à guilhotina

Com amigos inexistentes, à caça de pokemons.

Com o cérebro em cozimento,

Buscando amigos virtuais

As relações pessoais morrendo a cada dia.

Autômatos de carne e osso

Que avançam em surdina em agonia

Viva os loucos que imaginam

Que tem coerência e razão

Ironizam do próprio gozo

Não têm mulher, nem tesão

Não têm chicote nem pelourinho

Não têm salário, nem patrão.

Viva os loucos que fogem da lucidez

Dormem ao relento sob a neblina fria

Procuram calor num cobertor surrado

Encontram acalanto na poesia.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 16/08/2016
Código do texto: T5730042
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