EPIFANIA
A TARDE ERA CONTEMPLADA POR PEQUENAS MECHAS DE TONS DESCAIDOS DE PENUMBRAS. MAS A VIDA CONTINUAVA SEU MANUSCRITO TÃO CHEIO DE PARAGRAFOS E LINHAS ATRAVESSADAS DE RACHADURAS CANSADAS E SEM GRAÇA.
A MULHER OLHAVA SEU RELOGIO DE PULSO TÃO VIDRADO COMO SE TREINASSE PARA RECEBER A INFANCIA QUE ACODIA DAS PASMACEIRAS QUE A APUNHALAVA COM CINZAS DE IDADES QUE JÁ ESTAVÃO DESARRUMADOS POR ENTRE SUAS ROUPAS QUE TINHAM O MESMO VELUDO DO POENTE.POR UM INSTANTE CONTEMPLEI-A COMO UMA ORAÇÃO DO ANGELUS DAS VESPERAS QUE ANUNCIAVA O DEUS QUE COLHE DO TEMPO AS HORAS;RETIRANDO OS PONTEIROS E COLOCANDO NOS NOSSOS OLHOS UM PENDULO QUE RECORDAVA OS VERBOS QUE MANIFESTA A FORÇA DE UMA EUCARISTIA QUE SE REPARTE A NÓS COMO O TRAGO DE UMA LITURGICA SEDE.
O DESERTO QUE OS MUROS DA CIDADE ACENDIAM COM CAMADAS DE POEIRA E FUMAÇA ERA BORRIFADA COM AS ANSIAS DAQUELA SENHORA QUE CAMINHAVA ESQUECENDO A CADA PASSO O PERFUME DE SUAS GUARDAS DE SORRISOS.
DE SUAS MERCES HUMANAS UMA PEGADA NA VIDA VALIA AS LAGRIMAS QUE CHORAVA AS PALPEBRAS ERMAS DE UM ARREBOL TRISTE.
ATRAVESSOU O SEMAFORO QUE A LIGAVA A ESQUINA DO QUARTEIRÃO DE SUA CASA .PAROU A UM TIRO DE PEDRA DO PORTÃO DE UM SOBRADO BRANCO PARA AVISTAR DEFRONTE A ELE O HORIZONTE ENCARNADO COM BRASAS CORES QUE O RECONCILIAVA COM A AURORA E AS FLORES QUE LEMBRAVAM UM NATAL QUE DEUS A OUTORGAVA COM UMA LICENÇA DOS ANJOS.
A TARDE ERA UMA VELA ETERNA QUE PASSEAVA NAS PUPILAS QUE APANHAVA DAS CORTINAS DOS CREPUSCULOS QUE NOS CHAMA PARA APRENDER OS CONSELHOS DA VIDA QUE ACENDIA COM SUA VOZ OS PAVIOS QUE ERAM EXPOSTOS NA VITRINE DE NOSSAS ESPERAS.
O HORIZONTE DITAVA SEUS MÓVEIS DE NUVENS PARA ENCOSTAR-ME NELE OS LABIOS QUE TENDIAM SIMPLES A UM PACIENTE LIVRO AONDE SE LIA AS MITOLOGIAS ARQUITETICAS DO POR-DO-SOL.
OS MISTERIOS DAS PEDRAS SE AJUNTAVAM AOS ENIGMAS DA TESSITURA DAS TARDES QUE NOS FAZIA ENXERGAR A REALIDADE COM MAIS SENSATEZ...ANDOU ATÉ O PORTÃO DA PROPRIA CASA –ABRIU-O –ENTROU COM DESTREZA E SILENCIO COMO SE OUVISSE MUSICAS DO VOO DAS ULTIMAS PASSARADAS QUE REGRESSAVAM EM FILEIRA COM UM CHAPEU DE GORJEIOS MORNOS PARA COM AS PENUMBRAS TIBIAS DAS ARVORES E DO GRAMADO QUE DORMIA MACIO.
UMA ANAMNESE ERA ACLAMADA COM SONS DE CIGARRAS BARROCAS AOS SALMOS QUE REPOUSAVA DE SEUS SONHOS QUE REBRILHAVAM NAS ESCRITURAS QUE ENCERRAVA OS DIAS E AS UTOPIAS A DESLIZAR E ESCORRER DOS SUORES DAS ULTIMAS HORAS.
AVANÇOU MAIS UM POUCO ;COLOCOU A MÃO NO BOLSO..-NO OUTRO BOLSO-E ASSUSTOU –SE-POIS NÃO HAVIA AS CHAVES PARA BRIR A PORTA.
PROCUROU EM TODA A BOLSA DE TRABALHO E NÃO ACHOU NADA.SENTOU-SE NA CADEIRA DA VARANDA,PREOCUPADA.AS MÃOS QUE NEM UM GELO DERRETIDO DE TRANSPARENTE INQUIETAÇÃO .REMEXIA O CORPO TODO MOMENTO ATÉ QUE ESCUTOU UM BARULHO DE AMASSO EMBAIXO DO CORPO.LEVANTOU-SE DESCONTENTE ...ERA UMA CARTA.
DESSAMASSOU-A ,ALISOU-A COM AS MÃOS QUENTES.MAS NÃO ABRIU-A .MAS DESCERROU A BOCA DO PAPEL .
E DENTRO ESTAVA UM OUTRO PAPEL DATADO ,ESCRITO : ´´OBRIGADO! OBRIGADO! OBRIGADO!´´
PALAVRAS QUE REDIMIU-A DA INCLEMENCIA DAQUELA TURBAÇÃO.
ENQUANTO NO ENTARDECER UMA ESTRELA APARECIA NA TURVA DO ULTIMO ALVOR DA FRONTE DA MEMORIA DA TARDE ,BATIZANDO AS CARNES DAQUELA CARTA.