LAPSOS COMPONDO
LAPSOS COMPONDO
Trate-me bem amém ao diabo
os ricos compram tudo que é possível
mas o mais incrível posa
carinhosamente no meu colo
dizendo por amor meu bem
mesmo que alguém calado
seja um corpo difícil sincero
e queiram ver seu preço
um afago serenata criando
a clássica insônia do deste mundo
que precisa de cores pintadas
não olham a cor da natureza
pouco importa
que messam até mesmo nossa solidão
com crendices malogros escárnios
pela tenacidade invocada
pela pureza cheirando a qualquer
coisa que não tem nas flores
pela doença inventada
pela mesa de apostas carnívoras
sentimentos de alívio
eles tem alguém pra posar
quando passarem pela vitrine
vendo nus amantes maquiando-se
pra depois se amarem
no mesmo teatro que criam
devia ver os olhos deles
quando caminho sozinha
rindo porque sonhando
fujo com você por toda parte
nem percebo que estou na rua
derrepente acordo de novo no quarto
deitada na grama do parque
olhando prismas de sol radiando
e o livro que me deu
eu folheio as páginas que mais gosto
tem uma em que outra
são sonhos que tivemos
são as sinas desejadas acompanhando
teu desenvolvimento
que envolve meu momento
de buscar não senti-lo tão distante
eu até consigo ouvir-te
quem me assiste atirada
de qualquer jeito é interesseiro
de qualquer jeito me sinto amada
de todo jeito ainda te tenho...
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - Long Gone Blues