AMOR DE ABRIGO

AMOR DE ABRIGO

Um dom macabro pra anoitecer

um som metálico arruinando

pra ouvir você dizendo

que gostaria de morrer pra

me sentir queimando de vontade

temo pelo fracasso que incomoda

minha volúpia perdidamente no ares

ela diz que os mares querem de volta

seus olhos lindos Garnet preciosa

esculpida acontencendo

quando aprecia eu morrendo dentro dela

me entrego aos terríveis ventos

que engolem naus inteiras

pra descobrir você morando

n'alguma ilha deste mundo

que no fundo tem uma mentira

nadando na beira por esteira

bronzeando meu espírito sentimento

que lá dentro provoca meu coração atento

sofrendo um atentado a todo momento

quando enfrento teus lábios

mergulhados no doce mel

entre o céu da boca pelas línguas

que loucas são vampiras

matinando carinhos

deixando mínguas pra quando

formos embora juntos sem demora

"termos" muitos motivos p'ra voltar

a qualquer hora quando quiser

um dom macabro que afaste

o desastre dos intrusos

que confusos entendem pouco

do amor em duo solitário

na calma plenamente do espírito

perdido apenas dos outros

sonham com o que nada na superfície

se acaso vissem quem nada

no íntimo poderiam de certo sorrirem

se forem amigos dos corações partidos

por inimigos um beijo entrelaçado

uma mordida no rosto

torna indisposto o mal dos percalços

que atiram "pedras cinzentas"

poeira descuidada jogada

contando vantagens sem motivo...

MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old Fashioned Morphine

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 14/08/2016
Código do texto: T5728309
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