AMOR DE ABRIGO
AMOR DE ABRIGO
Um dom macabro pra anoitecer
um som metálico arruinando
pra ouvir você dizendo
que gostaria de morrer pra
me sentir queimando de vontade
temo pelo fracasso que incomoda
minha volúpia perdidamente no ares
ela diz que os mares querem de volta
seus olhos lindos Garnet preciosa
esculpida acontencendo
quando aprecia eu morrendo dentro dela
me entrego aos terríveis ventos
que engolem naus inteiras
pra descobrir você morando
n'alguma ilha deste mundo
que no fundo tem uma mentira
nadando na beira por esteira
bronzeando meu espírito sentimento
que lá dentro provoca meu coração atento
sofrendo um atentado a todo momento
quando enfrento teus lábios
mergulhados no doce mel
entre o céu da boca pelas línguas
que loucas são vampiras
matinando carinhos
deixando mínguas pra quando
formos embora juntos sem demora
"termos" muitos motivos p'ra voltar
a qualquer hora quando quiser
um dom macabro que afaste
o desastre dos intrusos
que confusos entendem pouco
do amor em duo solitário
na calma plenamente do espírito
perdido apenas dos outros
sonham com o que nada na superfície
se acaso vissem quem nada
no íntimo poderiam de certo sorrirem
se forem amigos dos corações partidos
por inimigos um beijo entrelaçado
uma mordida no rosto
torna indisposto o mal dos percalços
que atiram "pedras cinzentas"
poeira descuidada jogada
contando vantagens sem motivo...
MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old Fashioned Morphine