Folhas Secas
Atravesso o diálogo e mergulho.
Sou, sempre fui, sentinela de meus craquelês.
Desato letras e sombras.
Tramo, é minha sina a poesia sem pavor.
Trago intenções..... enredo-me ávida e vagueio turbulências.
Permito-me cenas como covas e cinzas........
O céu está na janela silenciosa quando vizinhos permitem.
Há aqui oceanos, também espelhos nos bolsos.
Há aqui noites e dias de olheiras e eis que surge ao cair da tarde, alma aberta, silêncios apurados que exalam desejosos, teias, das quais tento escapar.
Inspiração sou, nacos de poeta com paixão.
Devora-me a dúvida, a lua que engorda no céu, espumas do mar rendilhadas na areia, o vento seco nos meus buritizais......
Estou areia que brinca com o vento, o contratempo daquela canção.
Sou lembrança de risos e lágrimas, flores de sal que se derretem ao Sol......
Sou um vazio de pé no chão!