Ah! Se tua imagem falasse!

Talvez ela perguntaria o que me inspira a observar cada detalhe do teu rosto. Ou o que me prende, por horas, ao teu sorriso. A essa expressão tão viva de um semblante eternizado pelos fleches da memória.

Ela iria tentar descobrir o porquê. Por que eu paraliso tanto com esse teu olhar? Então eu lhe responderia que só assim consigo corresponder a ti, sem o medo de deixar transparecer a intensa expectação de ver.

Ah! Se tua imagem falasse!

Ela tentaria desvendar o segredo. Aquele que tento esconder no meu silêncio, mas é denunciado pelos batimentos acelerados dentro do peito. Talvez eu lhe revelasse que assim reajo só ao tentar imaginar como seria se estivéssemos, de fato, face a face.

Ah! Se tua imagem falasse!

Ela te diria meus anseios. Meu lamento por não conseguir chegar tão perto e me contentar somente ao teu reflexo. Como a um quadro pintado que, de tão raro, nem posso tocar, tão somente deslumbrar!

Oh! Se tua imagem falasse? Sim, ela me perguntaria. Ela me inquiriria. Ela me constrangeria ao tentar saber o que tanto eu aprecio em você!