Sou Muitas, Sou Poesia
De repente paro e observo o fluir da minha escrita,
Ato curioso e paradoxal
Que ao mesmo tempo acalma e agita
Voluntário ou involuntário, mas sempre natural
Prende-me e me liberta em uma aparente dicotomia
Prende meu físico, arraiga-me em vivências de dor e alegria
Nelas mergulho de cabeça buscando estrelas no fundo do meu mar
E quando liberta esqueço
das pesadas pedras que não posso mudar de lugar.
E liberdade não é tudo que se quer, se almeja?
Multiplicar-se e desfrutar do ilimitado poder do desejo?
Parece que estou aqui, como agora, quem diria...
Mas então a escrita aflora, fujo, vou-me embora nas asas da poesia...