A CULPABILIDADE DO MOSTRUÁRIO
A CULPABILIDADE DO MOSTRUÁRIO
O mistério que atenta tal humano
no conveniente olhar da janela
de longe me assusta
ele olha direto sem segredos
não guarda medo de ver-me
insolúvel recatada o que me acusa
ainda abro o corpo aos devaneios
do vento que vem fresco
desfazer um calor de verdade
dividi minha alma a pouco
com alguém do outro lado
disse sobre quem me olha com maldade
parecendo roubar-me de dentro
assisti uma doença chegando
cortinas fechando eu adoro o sol
mas preciso das reservas
do espírito sadias
preciso esquecer quando descer
de quem me rouba sem saber
que não estou vendendo
nenhum dos meus quartos
posso ter um atentado de espírito
ver meu livre arbítrio
desejar procurá-lo inquieto
de certo concluiu algo errado
quando alguém sorri sem motivo
olhando o vacuo no tempo
pode ser que o mesmo tempo
tenha mentido que ele
era o "fim"da minha alegria
o abalo provocado do olhar fixo
venerando como se objeto fosse
quem fica desafiando agora
o lado de fora tem um nome
de síndrome
o meu consolo não resolve
os planos do otariano
de desistir de ficar me olhando
minhas ideias foram sinceras
mas quem me dera não
ter podido realmente ficado nua
eu dei combate eu inventei
sua existência
eu decidi por essência num fantasma.
MÚSICA DE LEITURA: Jolie Holland - Old Fashioned Morphine