A Violeta e a Rosa  
 
Disse a violenta singela,
à Mãe Natureza: eu quisera,
ter a vida de uma rosa!
Deixar de ser tão pequena
E elevar-me às alturas plenas
Acima destes montes,
Pois a visão do horizonte,
deve ser maravilhosa.
Ouviu-a a Mãe Natureza,
Transformando-a em uma rosa,
de esplêndida beleza.
Ei-la feliz, sorridente,
Olhando além das montanhas
Que, somente,
O olhar dos carvalhos alcançava!
Não percebeu que o vento chegava
E, turbulenta, a tempestade,
sem piedade,
Da bela rosa quebrou o galho frágil.
Mais do que ágil,
zombou dela a violeta ao seu lado,
enquanto ela, calada, agonizante,
aguardava  o último instante,
daquele momento que vivera.
Ainda em um gesto arrogante,
Ergueu-se e disse radiante:
_Vi, além dos mais altos montes,
O sol despontar no horizonte
Trazendo à luz o dia!
Tive um momento único de vida
Em que vivi todas as vidas.
E você, pobre violeta,

jamais vai conhecer
em sua pobre existência
sem história, sem essência!

Nunca poderá entender!

 
 (Est prosa é uma adaptação  que  fiz  em versos da
 parábola do  inesquecível Khalil Gibran:
"A Violeta Ambiciosa",  de seu livro Parábolas).
 
Najet Cury, REEDITADO EM 2016.
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 10/08/2016
Código do texto: T5724459
Classificação de conteúdo: seguro