DELIBERADA

DELIBERADA

Ela começa acendo meu cigarro

sem ao menos tocá-lo

a cinzas voam longe

parecendo minha alma

de pássaro

voa rasante diante de tanta beleza

quero me aninhar

no teu coração pr'a sempre

mas as damas as vezes mentem sorrindo

aproxime-se "homem curvado"

o que te prende de me dizer

tudo que sente

acaso meu espírito aberto

de algum indireto de olhos

te afasta do poder de amante

do ser onipresente que traz

abraçado invisível

querendo me comprar

não é incrível a liberdade da fêmea

seria este o fardo dominado

sabendo que livre

seria mais dificil de enganar

até ontem eu sentava

como num banco de praça enfeitado

esperando alguém

querendo minha doce esperança

numa dança prazerosa

da prosa galante

que pela ofensa de ser frágil

me torna prisioneira fraca

hoje compreendo teu medo

distante do enredo farsante

por isso tanta ideia nos sonhos

entre aqueles outros combinando

vamos tomar cuidado

vamos tomar algumas taças

depois quando traça

a coragem muda de nome

por que a fome já foi saciada

te apresento um beijo molhado

sem respirar profundo

quero a pele áspera sentida

e toda pose do "vagabundo"

que não tem lugar nenhum

faremos da surpresa lá fora

no quieto recôndito da lua

sobre a mata nevada

todo calor mudar os planos...

MÚSICA DE LEITURA: Lightin Hopikins - Katie Mae Blues

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 08/08/2016
Código do texto: T5722050
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