DELIBERADA
DELIBERADA
Ela começa acendo meu cigarro
sem ao menos tocá-lo
a cinzas voam longe
parecendo minha alma
de pássaro
voa rasante diante de tanta beleza
quero me aninhar
no teu coração pr'a sempre
mas as damas as vezes mentem sorrindo
aproxime-se "homem curvado"
o que te prende de me dizer
tudo que sente
acaso meu espírito aberto
de algum indireto de olhos
te afasta do poder de amante
do ser onipresente que traz
abraçado invisível
querendo me comprar
não é incrível a liberdade da fêmea
seria este o fardo dominado
sabendo que livre
seria mais dificil de enganar
até ontem eu sentava
como num banco de praça enfeitado
esperando alguém
querendo minha doce esperança
numa dança prazerosa
da prosa galante
que pela ofensa de ser frágil
me torna prisioneira fraca
hoje compreendo teu medo
distante do enredo farsante
por isso tanta ideia nos sonhos
entre aqueles outros combinando
vamos tomar cuidado
vamos tomar algumas taças
depois quando traça
a coragem muda de nome
por que a fome já foi saciada
te apresento um beijo molhado
sem respirar profundo
quero a pele áspera sentida
e toda pose do "vagabundo"
que não tem lugar nenhum
faremos da surpresa lá fora
no quieto recôndito da lua
sobre a mata nevada
todo calor mudar os planos...
MÚSICA DE LEITURA: Lightin Hopikins - Katie Mae Blues